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Orsay

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O cavalo branco

Gauguin pintou esta famosa foto durante sua segunda estada no Taiti. Ele gostava de vagar pelo campo e explorar as montanhas e florestas do interior. Esses lugares afastados invadiam todos os tipos de vida selvagem e plantas que o encantavam.

Mas essa cena não é tirada da vida real; é uma visão imaginária e sintética de uma paisagem taitiana. Os galhos contorcidos de uma árvore nativa chamada bourao, uma espécie de hibisco, junto com lírios e flores imaginárias no primeiro plano formam uma moldura decorativa para o motivo principal. O céu e o horizonte estão bloqueados neste espaço fechado.

Um cavalo branco, com o pêlo tingido de verde da vegetação, deu à pintura seu título. Está bebendo, em pé no meio de um riacho que flui verticalmente através da composição. O animal solitário provavelmente tem um significado simbólico relacionado às crenças dos taitianos sobre a passagem da alma para outro mundo. Na Polinésia, o branco está associado à morte e adoração dos deuses.

Atrás do animal sagrado, duas figuras nuas estão cavalgando bareback à distância. O arranjo hierárquico desses três motivos animados na paisagem acentua a visão vertical e plana da cena. Para intensificar o efeito decorativo, Gauguin usou uma paleta sumptuosa. Os verdes - de grama verde a esmeralda - e os azuis profundos contrastam com as notas laranja e rosa e a cor acobreada da pele dos cavaleiros.

Uma impressão de serenidade paradisíaca emana desta tela que se tornou um verdadeiro ícone. O farmacêutico do Taiti que encomendou a foto não gostou da ousada utilização da cor por Gauguin. Ele recusou, alegando que o cavalo era muito verde.

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